Documentário: O ato de matar

Por Gabriel Landi Fazzio.

Em 1 de outubro de 1965, foi noticiado que um grupo de “soldados progressistas” havia sequestrado e assassinado brutalmente Achmad Yani, comandante do exército, e mais cinco generais. Foi divulgado que tal grupo seria simpático ao Partido Comunista Indonésio (PKI). Na verdade, o famigerado “Movimento 30 de Setembro” não passava de uma provocação orquestrada pelo anticomunista General Suharto, a fim de pressionar o presidente Sukarno a se afastar do PKI e autorizar o exército a “reestabelecer a ordem”. Sob o pretexto da ligação entre o PKI e o sequestro, Suharto iniciou o genocídio. Apenas entre outubro de 1965 e janeiro de 1966, foram mortas mais de 500 mil pessoas ligadas ao Partido Comunista.

A despeito do apoio dado pelos EUA ao golpe (fornecendo armas e meios de comunicação), a própria CIA assumiu, em estudo de 1968, que em termos quantitativos, o massacre indonésio foi “um dos piores assassinatos em massa do século XX”. Suharto foi auxiliado em sua campanha de extermínio por grupos religiosos reacionários locais. Tomaria o poder definitivamente três anos depois, depondo Sukarno, cuja política internacional não-alinhada há muito incomodava os governos imperialistas do ocidente.

No documentário de 2013, “O ato de matar”, o diretor dinamarquês Joshua Oppenheimer reconstitui a história do país acompanhando Anwar Congo. O antigo dirigente de um grupo de extermínio que se permitiu gravar narra seus feitos entre as bravatas e cinismo.

Reproduzimos abaixo o documentário na sua versão legendada em português.

Uma resenha crítica do documentário foi traduzida pelos camaradas da Esquerda Marxista. Alan Woods, intelectual inglês mais proeminente da Tendência Marxista Internacional, escreveu em 1965 uma análise sobre a “Revolução e Contrarrevolução na Indonésia”, que infelizmente não está traduzida para o português.

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